O Lord de Cupertino e a nuvem de Bezzos – ThoughtfulReasoning.com

Nas décadas de 70 e 80, nós, de operações, começávamos a usar os fabulosos mainframes, para automatizar os “menial tasks“, repetitivos, cansativos e sujeitos a erros, que consumiam nosso tempo. Fazer algumas simulações simples era, agora, uma realidade de algumas horas, uma ou duas tardes mais longas, um Sábado de chuva.

No início da década de 90, o que tinha vindo para aliviar a rotina, havia transformado-se em uma hidra complexa, difícil, cara, custosa de se manter.

Fugíamos dos projetos de IT. Sabíamos onde começavam – reuniões para “obter o buy in do top management“, não sabíamos quando terminavam.

A “sopa de letrinhas” havia tomado conta do verbo diário, já totalmente dominado pelo jargão anglo-saxão – management, buy-in, change management, reengineering, process re-design, project steering committees, balanced score cards, key performance indicators. Bah.

Uma nova categoria profissional havia surgido e ascendido meteoricamente. Frequentavam as famosas academias, onde aprendiam a “configurar e a “customizar” módulos e a operar as tais “ferramentas”, usando tool boxes.

Abrir uma nova filial não era mais algo comandado por operações, mas por uma task force. O ERP, não raro, era o caminho crítico, pondo clientes, fornecedores, transportadores, RH, vendas, manufatura e operações em obsequiosa espera, aguardando a “conversão”, depois das infindáveis “training sessions” no novo (?) módulo fiscal.

O Lord de Cupertino, seu iPhone e sua postura de passar ao largo da igreja corporativa, aos poucos, nos levou, embalados pela leveza da nuvem de Bezzos, destino sonhado.

Em uma célebre entrevista, circa 2008 ou 2009:

Our business model is, really, very simple.
We don’t like corporate – they’re too complex. We’re simple people.
Our focus is you – we build this fabulous technology for you.
It just works. You get to take a vote everyday.
You like it – you buy it. You don’t like it, don’t buy it.
It is that simple.

— Steve Jobs

Somos contrários à tecnologia? Ao contrário. Foram quarenta ou cinquenta anos, mas chegamos.